quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Mundo é um ovo

A ceramista Thelma Innecco apresenta sua nova produção que sugere uma viagem ao mundo interior de cada observador. A começar pela série de globos que localizam o Brasil diante de um mundo muito particular, ou ainda, em outro trabalho que apenas um único ser localizado no topo da esfera denota a solidão humana. Este mesmo personagem aparece em outros momentos, como na obra em que é confrontado com um enorme ovo, ou então, na série "Empilhadinho" em que múltiplos horizontais são literalmente empilhados uns sobre os outros. Este resultado surgiu a partir da pesquisa sobre a obra de Celeida Tostes, que é pontuada pela força que a argila pode evocar na criação artística, sobretudo em trabalhos que denotam a simplicidade de seu material. 

O paradigma entre o global e o individual fica acentuado na série de cabeças em que algumas delas remetem à cultura regional do ex-voto, enquanto outras, à introspecção provocada pela tensão de suas formas contorcidas, que posteriormente são replicadas em série. A temática proposta pela artista pode ser apreciada de forma filosófica ou brejeira, sem a pretensão de provocar necessariamente um debate antropológico, mas simplesmente despertar algum sentimento a partir de suas obras.

Na mostra realizada na casa ateliê da artista também é possível conhecer a sua nova linha de utilitários em alta temperatura, que recebem a denominação de "objetos de contenção de espaço". Segundo a artista, seus trabalhos servem como uma espécie de embalagem para uma massa de ar existente e que a mobiliza para criar seus vasos e demais objetos.

Rio de Janeiro, setembro de 2010.


Marco Antonio Teobaldo
curador

Um comentário:

  1. "Da vida e da arte
    é tenue o limite,
    se é que ele existe!
    Qual parte e qual parte?
    Qual delas se omite?
    Qual busca o debate?
    Qual sela o contraste?
    Qual nega o convite?
    Da arte pra vida
    qual a diferença?
    Se ambas compreendem
    palavras unidas
    em louca sequência
    que ninguém entende...?"

    As mãos amassam o barro,mas é o coração
    que vai modelando as esculturas,como na
    sua vida.A palavra que encontro pra definir
    a mulher/artista Thelma,indubitavelmente é:
    Elengância.
    Parabéns,irmã querida!

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